IV Encontro de Futsal em Infantis Femininos
Colocado em 2014-02-22
Sempre que se fala de futsal feminino, é unânime constatar o potencial humano que Portugal tem nesta modalidade específica. E sempre que se discutem formas de maximizar o aproveitamento desse potencial, a aposta na formação acaba por ser um dos primeiros factores referidos.
Infelizmente, apesar de já terem sido identificadas algumas soluções viáveis, como por exemplo as apresentadas pelo projecto “O Jogo das Raparigas” em Outubro de 2011, a verdade é que, regra geral, as entidades organizacionais que as aplaudem de pé em público, são depois as que ficam sentadas à espera que alguém as implemente. Salvo raras excepções, raros são os municípios e freguesias que estimulam a criação de convívios desportivos de cariz informal para jovens raparigas.
Já as Associações de Futebol, com o seu modelo “chapa 3” de competição em formato de campeonato a duas voltas, não estimulam o aparecimento de novas equipas jovens. Os convívios informais entre equipas de jovens raparigas são uma miragem. A não ser que os clubes se organizem.
Muitos municípios, freguesias e Associações de Futebol, poderão argumentar: “não existem equipas.” Já a maioria dos clubes poderão responder: “não existem competições”. Desculpas excelentes para a inactividade.
Felizmente, existem sempre alguns inconformados que não gostam de passividade. Preferem meter mãos à obra. Um bom exemplo, é o executivo da junta de freguesia de Carnide que nos últimos 3 anos tem desenvolvido encontros regulares entre equipas de raparigas da freguesia, para jovens sub-14. Olhando para os clubes, e dando o exemplo da região de Lisboa, alguns emblemas trabalham já com jovens raparigas há alguns anos. Muitos deles, integram jogadoras das suas equipas séniores, na equipa técnica do escalão mais jovem. E na ausência de quadros competitivos adequados, organizam eles próprios encontros informais para que as jovens tenham o primeiro contacto com a competição. Amanhã, terá lugar o IV Encontro de Infantis Femininos de Futsal da presente época. No primeiro encontro, que decorreu no Feijó, estiveram presentes 3 equipas.
No segundo, que teve lugar no Cacém, o número de equipas subiu para 4. Em Carcavelos, decorreu o terceiro encontro, novamente com 4 equipas. Para amanhã, em Alcabideche, e apesar das previsões meteorológicas menos favoráveis, teremos 7 equipas a jogar ao ar livre. Todos estes encontros decorrem sem custos envolvidos. O sistema de rotatividade aplicado, implica que exista um clube ou entidade que sirva de anfitrião e que ceda as suas instalações. Apenas isto. Os árbitros são voluntários, familiares, membros das equipas técnicas, etc. Não existe pré-requisito para integrar este grupo de equipas, basta que as jogadoras pertençam ao escalão de infantis. E mesmo aqui, impera o bom senso dos clubes, já que são permitidas excepções, desde que bem geridas pelas equipas técnicas.
E atenção. Não há classificação final. Estimula-se o fair-play, ensinam-se as regras, e acima de tudo, interioriza-se o espirito de equipa e aprende-se a estar em competição. Formam-se atletas, treinadores, dirigentes, familiares espectadores.
Muito mais haveria a dizer sobre o tema, mas queria apenas deixar um desafio: experimente criar uma equipa para jovens raparigas no seu clube. Faça cartazes, divulgue no bairro, nos cafés, nos pavilhões, nas escolas. Espalhe a palavra. Tome medidas. Ou então…faça como nalguns estados americanos…fique sentado em frente à televisão à espera que o criacionismo e a geração espontânea actuem. Pode ser que consigo resulte. Eu junto-me aos que escolherem o primeiro caminho, e vou avançando. Quanto a si que prefere o segundo…boa espera.
PS: envie-nos a realidade da sua zona. Queremos divulgar histórias de sucesso!
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